quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Esse tal de erreagá.


As vezes escrevinho coisas inventadas que realmente aconteceram.
Nada é mais real do que o que a gente imagina. Tudo é verdade, nem que seja só na cabeça de quem pariu a ideia.
Outro dia tive que ir até um banco feio que tem nome de lugar bonito e o banco não estava funcionando. A mocinha disse que não tinha energia.
Banco depende mais de luz que o próprio dia.
Tinha lá na porta um menino que precisava do serviço do banco e a mocinha mandou ele procurar outra agência. O menino disse que ele mora longe e que não conhecia nada ali.
Como o menino, eu também precisava do serviço do tal banco, mas como eu moro perto e conheço tudo por ali disse para ele me acompanhar.
No caminho o menino me perguntou se esse lugar é uma cidade, respondi que sim, me perguntou se é bom para morar, respondi que a pessoas dizem que sim (ahhh isentão!) e se tem aqui um centro cultural.
Demorei para responder e respondi com uma pergunta porque a pergunta dele me surpreendeu.
- Você trabalha com cultura? É artista?
Ele me respondeu que não, que está tentando o primeiro emprego e queria trabalhar com erreagá mas acha que lugar bom para morar é lugar que valoriza a cultura.
- Ah, tá bom! (Felicidade é tamanha que uma lagriminha teimou que teimou). Tem sim, fica logo ali. Está meio abandonado, descuidado, mas tá ali para a gente usar.
Chegamos na outra agência, entrei com ele, cuidei para que o gerente o atendesse e fui resolver minha vida pensando:
Tomara que ele consiga emprego com esse tal de erreagá, afinal relações humanas podem significar muita coisa.
db