sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Poeta concretos

Poetas contretos

Casaram com exatas

Mas saem com humanas

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Vício ou sina?


Escrever é uma sina
Que não sei como começa
Muito menos como termina
Mas muito de quanto em vez
Um tal “eu lírico” me assanha
E fingindo lucidez
Me atrevo a explicar essa sanha
É assim que começa:
Um poema que incomoda
Um Manoel de Barros que passa
Uma saudade fora de hora
Sentimento que não desce bem
Sem saber o porquê, você chora
E depois ri também
É assim que continua:
Começa ver beleza na rua
A sentir um vazio no peito
A cabeça só anda na lua
E o pé não toca mais o chão
Sem saber o porquê, você flutua
Na batida do coração
É assim que termina:
Escritos vão virando vícios
Uma vontade à toa cresce
E aí passa um Baudelaire ou um Vinicius
E fazer poesia contamina
Sem saber o porquê, você enlouquece
E nunca mais se livra da sina.
db