quinta-feira, 11 de julho de 2019


não existe 
opinião sem
parcialidade

db

Ensaio sobre o Diabo

Ensaio sobre o diabo
- I -
Sou o outro lado
O jeito errado
A sombra, a escuridão
Sou o lado escuro
maldito, esconjuro
O ruim, a negação
Caí dos píncaros do céu
Hoje sou o gosto do fel
Vivo nas profundezas
Já fui anjo de luz
Hoje da ferida sou o pus
O motivo das malvadezas
Sou o rei ao contrário
Bandido, falsário
Maldito, safado
Que te faz ser perverso
Sem rima, sem verso
Que te induz ao pecado
Na sua casa já fui anjo
E hoje, a todos, causo nojo
Todos fogem de mim
Agora sou o coisa feia
A maldade me permeia
E foi você que me fez assim
Zé (13/06/0032)

Começa assim

Começa assim, leio um poema e fico me perguntando: O que me causou?
“ olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado entre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas “ (Ana Cristina Cesar)
Este causou um frio na espinha, um pensar até doer.
O poema tem esta função: causar. E independe se é nojo, repulsa, êxtase, orgasmo, ternura, paixão, sofrimento, raiva, desprezo ou qualquer outro sentimento que não seja indiferença.
Douglas Bunder